"O Bitcoin é um ativo de medo"! CEO da BlackRock suaviza posição, IBIT atinge escala de 70 mil milhões

O gigante da gestão de ativos BlackRock viu o seu presidente e CEO, Larry Fink, suavizar a sua posição em relação ao Bitcoin. Fink descreveu o Bitcoin como um “ativo de medo”, afirmando que, após notícias sobre potenciais acordos comerciais entre os EUA e a China e o possível fim da guerra na Ucrânia, o preço do Bitcoin caiu. O ETF iShares Bitcoin Trust da BlackRock (IBIT) chegou a atingir uma capitalização de mercado de 70 mil milhões de dólares, mas em novembro registou uma saída líquida superior a 2,3 mil milhões de dólares.

Viragem de 8 anos na posição de Fink: das críticas à lavagem de dinheiro ao ETF de 70 mil milhões

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A 3 de dezembro, Fink discursou na conferência DealBook do The New York Times, respondendo a perguntas do jornalista Andrew Ross Sorkin sobre a sua visão das criptomoedas e do Bitcoin. O CEO da BlackRock afirmou que passou de associar as criptomoedas sobretudo à lavagem de dinheiro, para agora deter milhares de milhões em bitcoin — um exemplo público claro de uma mudança significativa na sua perspetiva.

As declarações de Fink contrastam fortemente com as feitas em outubro de 2017. Na altura, o Bitcoin ainda não tinha vivido o famoso bull market, nem atingido máximos históricos. O CEO afirmou então que as criptomoedas “demonstram o quão grande é a procura mundial por lavagem de dinheiro”. Esta crítica dura gerou amplo debate, já que a BlackRock, enquanto maior gestora de ativos do mundo, tem as opiniões dos seus líderes como referência para toda a indústria financeira.

Nos oito anos desde então, a posição da BlackRock sofreu uma reviravolta de 180 graus. A BlackRock obteve aprovação regulatória da SEC e, em janeiro de 2024, lançou um dos primeiros ETFs de Bitcoin à vista. O iShares Bitcoin Trust ETF (ticker: IBIT) atingiu um valor máximo de cerca de 70 mil milhões de dólares, tornando-se o maior ETF de Bitcoin do mercado norte-americano.

Esta mudança de posição não é um caso isolado, mas sim reflexo da evolução da percepção do Bitcoin em todo o setor financeiro tradicional. Em 2017, a maioria das instituições de Wall Street via o Bitcoin como uma bolha especulativa e ferramenta para atividades ilícitas. Porém, à medida que os quadros regulatórios foram sendo desenvolvidos, as soluções de custódia amadureceram e surgiram produtos institucionais como os ETFs, o Bitcoin passou de ativo marginal a uma presença nas carteiras de investimento convencionais. A mudança de atitude de Fink representa, em certa medida, o despertar coletivo de Wall Street.

Três marcos da entrada da BlackRock no mercado de Bitcoin

Janeiro de 2024: A SEC aprova os primeiros ETFs de Bitcoin à vista, IBIT é lançado com sucesso

Meados de 2024: O IBIT ultrapassa 50 mil milhões de dólares em ativos, tornando-se o ETF de crescimento mais rápido da história

Pico de 2024: O IBIT atinge uma capitalização de 70 mil milhões de dólares, consolidando a liderança de mercado

Fink admitiu na conferência: “A minha forma de pensar está sempre a evoluir.” Este reconhecimento público de um erro de julgamento passado é raro entre a elite de Wall Street. A maioria dos líderes financeiros prefere manter-se em silêncio do que admitir uma mudança de posição. A franqueza de Fink, pelo contrário, reforçou a credibilidade da BlackRock, mostrando que as decisões da empresa são baseadas em análise racional e não em ideologia.

O significado profundo do Bitcoin como “ativo de medo”

Ao lado de Brian Armstrong, CEO da Coinbase, Fink não se mostrou totalmente otimista em relação ao Bitcoin ao longo da discussão. Descreveu o Bitcoin como um “ativo de medo”, assinalando que, após notícias sobre potenciais acordos comerciais entre os EUA e a China e o possível fim da guerra na Ucrânia, o preço da criptomoeda recuou. Esta definição oferece uma nova perspetiva para entender o papel do Bitcoin no sistema financeiro global.

O termo “ativo de medo” merece uma análise aprofundada. Tradicionalmente, o ouro é visto como o típico ativo de medo ou porto seguro: quando o risco geopolítico aumenta ou os mercados financeiros ficam instáveis, os investidores procuram o ouro como refúgio. Ao classificar o Bitcoin como ativo de medo, Fink sugere que o Bitcoin adquiriu uma função de proteção semelhante ao ouro. Isto representa um reconhecimento importante do estatuto do Bitcoin, que deixou de ser visto apenas como instrumento especulativo para se afirmar como uma classe de ativos com valor defensivo.

No entanto, a observação de Fink também revela o paradoxo do Bitcoin como ativo de medo. Quando surgem notícias positivas como o potencial acordo comercial entre EUA e China ou o fim da guerra na Ucrânia, o preço do Bitcoin realmente desce. Este comportamento está alinhado com o dos ativos de refúgio tradicionais: quando o risco diminui, o capital sai dos ativos de proteção e volta para ativos de risco, como as ações. Este padrão comprova que o Bitcoin está a desempenhar um papel de proteção na alocação macro de ativos.

Fink advertiu ainda os investidores: “Se compras Bitcoin para fazer trading, é um ativo altamente volátil. Tens de ser muito bom a acertar no timing do mercado, e a maioria das pessoas não tem essa capacidade.” Este aviso mostra que, apesar do lançamento do ETF de Bitcoin, Fink mantém uma postura cautelosa em relação ao ativo. Reconhece o valor do Bitcoin, mas sublinha o seu elevado risco, uma visão equilibrada que reflete a racionalidade de um investidor experiente.

IBIT regista saída de 2,3 mil milhões num mês, mas confiança de longo prazo mantém-se

Segundo a Cointelegraph, o IBIT registou uma saída líquida superior a 2,3 mil milhões de dólares em novembro, incluindo cerca de 463 milhões a 14 de novembro e 523 milhões a 18 de novembro. Estas saídas massivas ocorreram à medida que o preço do Bitcoin recuava dos máximos históricos, refletindo decisões de alguns investidores em realizar lucros ou reduzir exposição ao risco.

Apesar de o valor absoluto da saída mensal ser significativo, deve ser avaliado no contexto da dimensão total do IBIT. Mesmo após estas saídas, o IBIT manteve ativos na ordem das várias dezenas de milhares de milhões de dólares, superando largamente os concorrentes. O maior resgate diário, de 523 milhões de dólares, ocorreu a 18 de novembro, num dia de forte volatilidade do Bitcoin, momento em que algumas grandes instituições podem ter ajustado as suas posições.

No entanto, Cristiano Castro, diretor de desenvolvimento de negócios da BlackRock, afirmou na altura que a gestora mantém total confiança no ETF como “uma ferramenta altamente líquida e funcional”. Esta posição mostra que a BlackRock vê as saídas de curto prazo como normais no mercado, não afetando a confiança no produto em si. Uma das principais vantagens dos ETFs é precisamente a liquidez, permitindo aos investidores entrar e sair de forma flexível consoante as condições de mercado.

Numa perspetiva de longo prazo, o IBIT acumulou entradas líquidas de vários milhares de milhões de dólares desde o lançamento. As saídas de novembro representam apenas um ajuste pontual, sem alterar a tendência de alocação institucional de longo prazo ao Bitcoin. De facto, muitos analistas consideram que estas saídas criam oportunidades de entrada mais favoráveis para novo capital. Sair em máximos e entrar em mínimos é uma prática típica dos investidores profissionais.

Análise das saídas do IBIT em novembro

Saída total: superior a 2,3 mil milhões de dólares

Maior resgate diário: cerca de 523 milhões de dólares a 18 de novembro

Resgate de 14 de novembro: cerca de 463 milhões de dólares

Resposta da BlackRock: total confiança no ETF como instrumento de liquidez

Entre os maiores ETFs de Bitcoin à vista do mercado estão também produtos da Grayscale, Bitwise, Fidelity, ARK 21Shares, Invesco Galaxy e VanEck. Estes concorrentes oferecem alternativas diversificadas, mas o IBIT mantém-se líder graças à força da marca BlackRock e à sua rede de distribuição.

As profundas mudanças do setor por detrás da suavização da posição de Fink

As declarações de Fink na conferência revelam uma transformação fundamental na perceção de Wall Street sobre o Bitcoin. A mudança de definição, de “ferramenta de lavagem de dinheiro” para “ativo de medo”, reflete a evolução do papel do Bitcoin no sistema financeiro global. Em 2017, o Bitcoin circulava sobretudo na dark web e mercados paralelos, sem regulação e com preços altamente especulativos. Em 2025, o Bitcoin já conta com um quadro regulatório claro, soluções de custódia institucionais e produtos de investimento mainstream.

O timing da suavização da posição de Fink também é significativo. Após lançar o IBIT e rapidamente assumir a liderança de mercado, este sucesso comercial reforçou a visão positiva da BlackRock sobre o Bitcoin. Contudo, Fink mantém-se cauteloso, sublinhando o risco de volatilidade, demonstrando que a BlackRock não está cega de otimismo, mas oferece produtos com base numa abordagem de gestão de risco. Esta postura equilibrada poderá ter sido fundamental para obter a aprovação da SEC e atrair investidores institucionais mais conservadores.

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