Quer usar o valor patrimonial por ação para escolher ações, mas sempre acaba levando em armadilha? Este guia de investimento vai fazer você evitar caminhos tortuosos
Muitos investidores frequentemente mencionam um indicador ao escolher ações — o valor patrimonial por ação — considerando-o a chave para determinar se uma ação está barata ou não. Mas, na prática, confiar cegamente no valor patrimonial por ação pode facilmente levar a armadilhas na seleção de ações. Como deve ser corretamente utilizado esse indicador?
Significado central do valor patrimonial por ação: uma verdadeira representação do valor dos ativos
O valor patrimonial por ação (Net Asset Value per Share, NAVPS) essencialmente representa o valor líquido real dos ativos de uma empresa por ação. Simplificando, quando você possui uma ação, qual é o valor dos ativos da empresa que ela representa?
Do ponto de vista contábil, o patrimônio líquido da empresa é igual aos ativos menos as dívidas. Por exemplo: suponha que a empresa Unify tenha ativos totais de 2,5 bilhões de NTD, dívidas de 1 bilhão de NTD, e um capital circulante de 1 bilhão de ações. Então, o valor patrimonial por ação = (2,5 - 1) ÷ 1 = 1,5 NTD.
Esse número reflete a quantidade de riqueza real que cada ação representa no momento atual. Mas é importante notar que, um valor patrimonial por ação alto não significa necessariamente que a ação vale a pena comprar.
PBR (Preço sobre Valor Patrimonial): uma ferramenta para avaliar a valorização das ações
Para determinar se uma ação está relativamente barata em relação ao seu valor patrimonial, utilizamos o indicador PBR (Preço sobre Valor Patrimonial).
A fórmula é simples: PBR = preço de mercado da ação ÷ valor patrimonial por ação
Quanto menor esse índice, teoricamente, mais barata é a ação; quanto maior, mais cara. Mas há um equívoco que precisa ser esclarecido — uma ação com PBR baixo nem sempre é um bom investimento.
Por quê? Porque o PBR só indica o quão barato a ação está em relação ao seu valor patrimonial, sem refletir a lucratividade ou o potencial de crescimento da empresa. Uma empresa cujo PBR está continuamente caindo pode estar sendo vendida pelo mercado devido a problemas de gestão ou declínio do setor.
Comparação entre empresas do mesmo setor é a abordagem correta
O verdadeiro valor do PBR está na comparação horizontal entre empresas do mesmo setor.
Por exemplo, no setor financeiro, o PBR do JPMorgan é aproximadamente 1,94 vezes, a Ford cerca de 1,19 vezes, enquanto a General Electric apenas 0,70 vezes. Mas esses números não são comparáveis entre setores diferentes.
Setores cíclicos, como transporte marítimo, aço e petróleo, que são mais sensíveis às condições macroeconômicas, apresentam uma faixa mais ampla de variação no PBR. Por outro lado, empresas de tecnologia e consumo, que dependem de ativos intangíveis e inovação, podem ter um PBR mais baixo, mas forte potencial de lucro, sendo mais interessante de se observar.
Valor patrimonial por ação VS Lucro por ação: duas perspectivas de investimento
Muitos investidores confundem esses dois conceitos.
Valor patrimonial por ação foca nos ativos — reflete quanto de ativos tangíveis a empresa possui. É especialmente relevante para setores de ativos pesados (indústria, imóveis, etc.).
Lucro por ação foca na lucratividade — mostra quanto lucro a empresa gera por acionista. É mais importante para empresas em crescimento.
Uma empresa pode ter ativos elevados, mas lucros modestos, ou ter ativos relativamente leves, mas lucros abundantes. Para avaliar o potencial de investimento, é necessário usar ambos os indicadores em conjunto:
Investidores de valor concentram-se em ações com PBR baixo, procurando ativos subvalorizados pelo mercado.
Investidores de crescimento focam na taxa de crescimento do lucro por ação, buscando potencial de lucros futuros.
Como aplicar corretamente o valor patrimonial por ação na prática
Primeiro passo: filtrar por setor
Os padrões de PBR variam bastante entre setores. Setores de ativos pesados, como a Formosa Plastics (PBR cerca de 2,45), normalmente têm PBR mais baixo, enquanto ações de tecnologia, como a TSMC (PBR cerca de 4,29), podem ter PBR mais alto, sem surpresa.
Segundo passo: comparação histórica
Compare o PBR atual de uma ação com seu histórico. Se uma ação já teve PBR entre 1,6 e 2,5 no passado e agora caiu para 1,2, pode haver uma oportunidade de valor. Mas, se continuar caindo abaixo de 0,8, é preciso ficar atento se a empresa está entrando em declínio.
Terceiro passo: combinar com outros indicadores
Só olhar o PBR não é suficiente. É preciso também analisar o crescimento do lucro líquido, fluxo de caixa, nível de endividamento e o ciclo econômico do setor.
Armadilhas comuns no uso do valor patrimonial por ação
Erro 1: Focar apenas nos números, sem entender o motivo
Variações no valor patrimonial por ação podem ocorrer por duas razões — mudança na gestão ou operações, ou por operações de aumento de capital, como emissão de ações ou distribuição de ações. Essas situações têm significados diferentes e não podem ser interpretadas da mesma forma.
Erro 2: PBR alto é sinônimo de boa empresa
Empresas de internet e tecnologia emergente frequentemente têm PBR baixo ou até negativo, mas isso não significa que não sejam boas oportunidades. O mais importante é se elas conseguem gerar lucros de forma contínua.
Erro 3: Ignorar diferenças setoriais
Setores diferentes têm modelos de negócio e estruturas de capital distintos, portanto, o PBR não deve ser comparado diretamente entre setores. A avaliação de uma indústria de manufatura é diferente de uma de software.
Como consultar facilmente
A maioria das plataformas de negociação e sites de ações fornecem o dado de valor patrimonial por ação. Basta inserir o código da ação para verificar. Se desejar calcular manualmente, pode extrair os dados de ativos líquidos e número de ações do relatório anual da empresa e aplicar na fórmula.
Visão geral
O valor patrimonial por ação é uma ferramenta importante para entender a avaliação de uma ação, mas não é a única resposta na hora de investir. Ele é mais adequado para investimentos de valor e comparações horizontais entre empresas do mesmo setor, ajudando a identificar ativos subvalorizados. Mas, se usado como uma fórmula mágica, pode levar a erros.
A estratégia ideal de seleção de ações é: primeiro, usar o PBR para filtrar ativos relativamente baratos; depois, aprofundar a análise com indicadores como lucro por ação, fluxo de caixa e potencial de crescimento, antes de tomar a decisão de investimento.
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Quer usar o valor patrimonial por ação para escolher ações, mas sempre acaba levando em armadilha? Este guia de investimento vai fazer você evitar caminhos tortuosos
Muitos investidores frequentemente mencionam um indicador ao escolher ações — o valor patrimonial por ação — considerando-o a chave para determinar se uma ação está barata ou não. Mas, na prática, confiar cegamente no valor patrimonial por ação pode facilmente levar a armadilhas na seleção de ações. Como deve ser corretamente utilizado esse indicador?
Significado central do valor patrimonial por ação: uma verdadeira representação do valor dos ativos
O valor patrimonial por ação (Net Asset Value per Share, NAVPS) essencialmente representa o valor líquido real dos ativos de uma empresa por ação. Simplificando, quando você possui uma ação, qual é o valor dos ativos da empresa que ela representa?
Do ponto de vista contábil, o patrimônio líquido da empresa é igual aos ativos menos as dívidas. Por exemplo: suponha que a empresa Unify tenha ativos totais de 2,5 bilhões de NTD, dívidas de 1 bilhão de NTD, e um capital circulante de 1 bilhão de ações. Então, o valor patrimonial por ação = (2,5 - 1) ÷ 1 = 1,5 NTD.
Esse número reflete a quantidade de riqueza real que cada ação representa no momento atual. Mas é importante notar que, um valor patrimonial por ação alto não significa necessariamente que a ação vale a pena comprar.
PBR (Preço sobre Valor Patrimonial): uma ferramenta para avaliar a valorização das ações
Para determinar se uma ação está relativamente barata em relação ao seu valor patrimonial, utilizamos o indicador PBR (Preço sobre Valor Patrimonial).
A fórmula é simples: PBR = preço de mercado da ação ÷ valor patrimonial por ação
Quanto menor esse índice, teoricamente, mais barata é a ação; quanto maior, mais cara. Mas há um equívoco que precisa ser esclarecido — uma ação com PBR baixo nem sempre é um bom investimento.
Por quê? Porque o PBR só indica o quão barato a ação está em relação ao seu valor patrimonial, sem refletir a lucratividade ou o potencial de crescimento da empresa. Uma empresa cujo PBR está continuamente caindo pode estar sendo vendida pelo mercado devido a problemas de gestão ou declínio do setor.
Comparação entre empresas do mesmo setor é a abordagem correta
O verdadeiro valor do PBR está na comparação horizontal entre empresas do mesmo setor.
Por exemplo, no setor financeiro, o PBR do JPMorgan é aproximadamente 1,94 vezes, a Ford cerca de 1,19 vezes, enquanto a General Electric apenas 0,70 vezes. Mas esses números não são comparáveis entre setores diferentes.
Setores cíclicos, como transporte marítimo, aço e petróleo, que são mais sensíveis às condições macroeconômicas, apresentam uma faixa mais ampla de variação no PBR. Por outro lado, empresas de tecnologia e consumo, que dependem de ativos intangíveis e inovação, podem ter um PBR mais baixo, mas forte potencial de lucro, sendo mais interessante de se observar.
Valor patrimonial por ação VS Lucro por ação: duas perspectivas de investimento
Muitos investidores confundem esses dois conceitos.
Valor patrimonial por ação foca nos ativos — reflete quanto de ativos tangíveis a empresa possui. É especialmente relevante para setores de ativos pesados (indústria, imóveis, etc.).
Lucro por ação foca na lucratividade — mostra quanto lucro a empresa gera por acionista. É mais importante para empresas em crescimento.
Uma empresa pode ter ativos elevados, mas lucros modestos, ou ter ativos relativamente leves, mas lucros abundantes. Para avaliar o potencial de investimento, é necessário usar ambos os indicadores em conjunto:
Como aplicar corretamente o valor patrimonial por ação na prática
Primeiro passo: filtrar por setor Os padrões de PBR variam bastante entre setores. Setores de ativos pesados, como a Formosa Plastics (PBR cerca de 2,45), normalmente têm PBR mais baixo, enquanto ações de tecnologia, como a TSMC (PBR cerca de 4,29), podem ter PBR mais alto, sem surpresa.
Segundo passo: comparação histórica Compare o PBR atual de uma ação com seu histórico. Se uma ação já teve PBR entre 1,6 e 2,5 no passado e agora caiu para 1,2, pode haver uma oportunidade de valor. Mas, se continuar caindo abaixo de 0,8, é preciso ficar atento se a empresa está entrando em declínio.
Terceiro passo: combinar com outros indicadores Só olhar o PBR não é suficiente. É preciso também analisar o crescimento do lucro líquido, fluxo de caixa, nível de endividamento e o ciclo econômico do setor.
Armadilhas comuns no uso do valor patrimonial por ação
Erro 1: Focar apenas nos números, sem entender o motivo Variações no valor patrimonial por ação podem ocorrer por duas razões — mudança na gestão ou operações, ou por operações de aumento de capital, como emissão de ações ou distribuição de ações. Essas situações têm significados diferentes e não podem ser interpretadas da mesma forma.
Erro 2: PBR alto é sinônimo de boa empresa Empresas de internet e tecnologia emergente frequentemente têm PBR baixo ou até negativo, mas isso não significa que não sejam boas oportunidades. O mais importante é se elas conseguem gerar lucros de forma contínua.
Erro 3: Ignorar diferenças setoriais Setores diferentes têm modelos de negócio e estruturas de capital distintos, portanto, o PBR não deve ser comparado diretamente entre setores. A avaliação de uma indústria de manufatura é diferente de uma de software.
Como consultar facilmente
A maioria das plataformas de negociação e sites de ações fornecem o dado de valor patrimonial por ação. Basta inserir o código da ação para verificar. Se desejar calcular manualmente, pode extrair os dados de ativos líquidos e número de ações do relatório anual da empresa e aplicar na fórmula.
Visão geral
O valor patrimonial por ação é uma ferramenta importante para entender a avaliação de uma ação, mas não é a única resposta na hora de investir. Ele é mais adequado para investimentos de valor e comparações horizontais entre empresas do mesmo setor, ajudando a identificar ativos subvalorizados. Mas, se usado como uma fórmula mágica, pode levar a erros.
A estratégia ideal de seleção de ações é: primeiro, usar o PBR para filtrar ativos relativamente baratos; depois, aprofundar a análise com indicadores como lucro por ação, fluxo de caixa e potencial de crescimento, antes de tomar a decisão de investimento.