Introdução

Nos capítulos anteriores, você aprendeu sobre a tecnologia blockchain, bem como seus riscos de segurança e principais categorias, mas pode saber pouco sobre as tecnologias importantes derivadas dela. Neste capítulo, você pode mergulhar mais fundo na blockchain que revoluciona completamente a maneira como as aplicações são desenvolvidas.

Contratos inteligentes

A ideia de contratos inteligentes foi proposta pela primeira vez por Nick Szabo em 1994 em seu artigo “A Ideia de Contratos Inteligentes", que usou máquinas de venda como exemplo para descrever uma forma mais automatizada de fazer cumprir o processo estabelecido pelo contrato original.

Com o crescimento da tecnologia blockchain, os contratos inteligentes agora são capazes de alcançar cenários de aplicação mais diversos. Os contratos inteligentes são programas executados automaticamente na blockchain. Eles executam automaticamente instruções sob condições preestabelecidas, sem a necessidade de terceiros ou agências intermediárias. Teoricamente, as aplicações baseadas em contratos inteligentes serão mais abertas e transparentes do que as aplicações centralizadas.

O Ethereum é a segunda maior criptomoeda em capitalização de mercado. Foi lançado por Vitalik Buterin em 2014. O Ethereum costuma ser parte das conversas das pessoas quando se trata de contratos inteligentes. Com quase dez anos de desenvolvimento, o conceito de contratos inteligentes impulsionou múltiplas inovações em toda a indústria blockchain, entre as quais se destacam numerosas ICOs baseadas no padrão ERC-20 em 2017, a explosão das finanças descentralizadas em 2020 e a loucura dos NFTs em 2021… Agora, o Ethereum se desenvolveu em uma blockchain que desfruta do ecossistema mais robusto.

Se você deseja escrever contratos inteligentes na Ethereum e criar aplicativos descentralizados, você deve escrevê-los em Solidity. Você pode imaginar o Solidity como uma linguagem de comunicação para sistemas específicos. Os contratos inteligentes automatizam processos complexos, e a segurança da blockchain impede que sejam adulterados ou excluídos, para que todas as ações possam ser executadas de forma mais eficiente de acordo com padrões específicos.

O futuro do multi-chain

As redes blockchain podem ser divididas em três categorias: cadeia pública, cadeia privada e cadeia de consórcio. Atualmente, a categoria mais mainstream e amplamente reconhecida é a cadeia pública.

À medida que a tecnologia blockchain é reconhecida por uma população mais ampla, cada vez mais pessoas querem usar essa tecnologia para resolver problemas correspondentes. Se cada blockchain for comparado a uma rodovia, então as cadeias públicas são como estradas que nunca se intersectam, cada uma com seus próprios destinos. Este é o caso para multi-cadeias.

Por que é importante ter várias cadeias e destinado a ser o futuro?

Com o rápido desenvolvimento de aplicações descentralizadas nos últimos dois anos, o número de usuários e demandas de mercado aumentou. Como resultado, a arquitetura blockchain existente não consegue suportar totalmente essas altas demandas de uso e cenários de aplicação mais personalizados.

Portanto, mais equipes começaram a criar uma rede blockchain mais eficiente de acordo com sua própria visão e necessidades.

Parece razoável projetar soluções correspondentes para cenários específicos, mas nunca é fácil quando realmente o implementando.

Isso envolve projetar um novo sistema operacional do zero. Ao construir o sistema, vários fatores devem ser considerados, incluindo como alcançar um equilíbrio entre descentralização, segurança e escalabilidade, quais algoritmos devem ser usados para criptografar dados e quais mecanismos de consenso podem ajudar a verificar a correção das informações enviadas de maneira mais eficiente...

Projetos de cadeia pública surgem um após o outro, criando ecossistemas diferentes

Desde 2020, vimos muitas blockchains públicas inovadoras surgirem com seu próprio ecossistema único, apesar de todas as dificuldades no desenvolvimento. Por exemplo, o Flow foca em introduzir IP mainstream para desenvolver o ecossistema de NFT; Cosmos está comprometido em construir um “Internet de Blockchains”; Polygon é compatível com a linguagem de programação do Ethereum; Solana, uma blockchain pública de alto desempenho, afirma carregar 60.000 transações por segundo; e Avalanche alcança tanto escalabilidade quanto interoperabilidade.

Estas são apenas algumas de uma ampla variedade de blockchains públicas. Além destas, existem cadeias compatíveis com EVM baseadas em Ethereum e soluções de escalabilidade de Camada 2 baseadas na mainnet do Ethereum, entre as quais os projetos representativos são Optimism e Arbiturm que utilizam optimistic-rollup e zkSync que adota zk-rollup.

Para impulsionar o desenvolvimento do ecossistema, muitas blockchains públicas investiram pesadamente para atrair desenvolvedores e usuários. A corrida começou há muito tempo. Existem outras aplicações que podem resolver esse problema? As 'pontes entre blockchains' foram criadas para abordá-lo.

A ponte intercadeias promove a interação de dados e transferência de ativos entre ecossistemas

Cada rede blockchain possui seus próprios mecanismos de consenso, tokens, contratos inteligentes e estruturas de dados, tornando impossível trocar dados entre si. É como o cenário em que um americano e um chinês querem conversar em seu próprio idioma. É impossível para eles se comunicarem sem problemas sem um tradutor.

A ponte intercadeias permite a interoperabilidade entre diferentes blockchains e os desenvolvedores podem colaborar entre si para implantar aplicativos que sejam mais adequados para a rede blockchain. Sem dúvida, a ponte intercadeias é fundamental para o futuro da indústria blockchain.

Blockchain modular

A solução modular é dividir o blockchain em várias pilhas de acordo com diferentes funções, incluindo execução, liquidação, consenso, segurança e disponibilidade de dados. Cada módulo lida com tarefas diferentes. Uma prática comum é separar a camada de execução, a camada de segurança e a disponibilidade de dados para resolver melhor o problema do Triângulo Impossível (escalabilidade, descentralização e segurança).

A modularidade aumenta a flexibilidade do sistema

Cada blockchain deve ser responsável pela execução, segurança e disponibilidade de dados por si só, o que causou gargalos em sua escalabilidade.

A vantagem da arquitetura modular é que melhora a flexibilidade do sistema enquanto mantém uma melhor escalabilidade, porque cada módulo lida com tarefas diferentes. Sob esta arquitetura, é mais fácil manter e atualizar as funções, tornando-a uma tecnologia mais avançada.

Celestia é um representante da cadeia pública modular, mas ainda está longe de ser realmente implementada

Atualmente, não há uma cadeia pública modular que tenha sido implementada na prática, mas a blockchain modular mais representativa é a Celestia.

É uma camada de consenso e disponibilidade de dados plugável. Em suma, ao separar o mecanismo de consenso dos dados, uma aplicação baseada em uma camada de consenso específica (rede de nós) pode ser implantada diretamente em várias cadeias.

Celestia separa a camada de consenso e a camada de execução, permitindo que aplicações específicas sejam otimizadas de acordo com suas próprias necessidades. Teoricamente, programas baseados nesta arquitetura possuem melhor flexibilidade, segurança e escalabilidade.

No entanto, Celestia ainda está em seus estágios iniciais. O testnet foi lançado apenas em meados de 2022, e o teste de incentivo e o mainnet não terão grandes avanços até 2023. Além disso, embora a tecnologia subjacente esteja ativa, leva tempo para desenvolver e construir o projeto, bem como todo o ecossistema.

Conclusão

Com o crescimento do número de aplicações e usuários, a tecnologia blockchain original não consegue suportar as necessidades em evolução. Muitas novas cadeias surgiram para resolver problemas específicos, como Cosmos que se compromete a desenvolver o “Internet das Blockchains”, Polygon que é compatível com a linguagem de programação do Ethereum, e a cadeia pública de alto desempenho Solana que pode carregar até 60.000 transações por segundo. A multi-cadeia se tornará inevitavelmente o futuro. Além disso, a infraestrutura da ponte de interconexão que pretende desbloquear a liquidez entre diferentes ecossistemas é altamente valorizada. Mas, admitidamente, existem muitas questões de segurança que precisam ser abordadas.

A tecnologia de blockchain modular ainda está em estágio inicial. Dividir o blockchain em módulos com base em funções diferentes pode alcançar melhor escalabilidade e flexibilidade. Celestia é atualmente o blockchain mais representativo para implementar a modularidade, mas ainda tem um longo caminho a percorrer.

A tecnologia blockchain está em alta nos últimos anos, possibilitando a criação de muitas aplicações inovadoras. Com o crescimento explosivo do número de aplicações e usuários, surgem cadeias públicas projetadas para cenários específicos. Estamos certos de ver mais inovação e progresso na blockchain e dar início a um futuro onde a blockchain se torna predominante.

Principais conclusões

1. O primeiro contrato inteligente foi implementado com base no Ethereum. Desde então, ele criou uma infinidade de aplicativos inovadores, como DeFi, NFTs e dApps, que realmente desbloquearam o potencial da blockchain.

2. O futuro multi-cadeia certamente acontecerá porque diferentes aplicações têm armazenamento de dados e necessidades diferentes; a ponte entre cadeias é uma das infraestruturas importantes em um futuro multi-cadeia.

3. As blockchains modulares distinguem pilhas com base em tarefas e funções específicas. Embora envolva um processo de desenvolvimento mais complicado, pode melhorar a flexibilidade e escalabilidade do sistema.

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