Quem nunca sonhou em ganhar dinheiro sem esforço? Mas a realidade rapidamente me deu uma lição dura: se o poder de fazer fortuna no mundo das criptomoedas é surreal, os desastres são ainda mais absurdos.
Naquela onda de mercado do verão de 2019, parecia que a deusa da sorte me tinha enfeitiçado — a minha conta de ETH disparou de 300 mil para 3,89 milhões em 58 dias, a linha do gráfico era tão íngreme que parecia uma plataforma de saltos. Nessa altura andava completamente fora de mim, com os olhos colados à app das cotações até enquanto pegava nos pauzinhos à mesa, e a meio da noite gritava “força, touros!” até em sonhos; até espirrar parecia deitar dinheiro. O meu feed estava todos os dias cheio de screenshots: “Fazer dinheiro? Mais fácil do que respirar.” Agora penso nisso e só me apetece esconder a cara de vergonha. Aquilo não era talento nenhum, era pura sorte mascarada de sucesso.
Menos de três meses depois, o mercado deu-me um estalo para acordar. As principais moedas afundaram em avalanche, o alavancamento que tinha usado explodiu-me na cara, e dos mais de 3,4 milhões de capital inicial só restavam 50 mil — nem chegava para pagar as taxas de liquidação. Fiquei ali a olhar para o aviso de liquidação durante mais de meia hora, com a cabeça a zunir: afinal, a sorte é mesmo a coisa menos fiável que existe.
Nestes anos no mundo cripto, já vi demasiada gente a confundir sorte cega com habilidade verdadeira. Em 2021, um tipo hipotecou a casa para apostar tudo numa altcoin, multiplicou por oito mas não quis sair por ganância, acabou liquidado e perdeu até o teto. Outros juram pela “mão de diamante”, agarrados à moeda como dogma em bull market, mas quando chega o bear market viram-se em zombies a segurar perdas. No fundo, esse “longo prazo” de bull market é só uma desculpa para quem não sabe perder. Quem sobrevive a três ciclos, nunca é por adivinhar o futuro, mas por ter o controlo de risco gravado no ADN.
Depois daquela liquidação, cortei de vez com o vício do jogo e impus a mim mesmo três regras de ferro. E foi mesmo esse conjunto de regras que me permitiu recuperar, pouco a pouco, dos 50 mil que sobraram — mas isso fica para outra altura. O que aprendi com o sangue vale mais do que qualquer call de KOL.
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UnluckyValidator
· 14h atrás
Muito realista, irmão
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BearMarketSurvivor
· 12-07 23:47
Cada cêntimo perdido pelo próprio mérito
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PanicSeller
· 12-07 23:40
Nem sequer há almofadas de segurança.
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OldLeekMaster
· 12-07 23:25
Demasiado familiar este esquema.
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LeverageAddict
· 12-07 23:23
É difícil escapar à lei de que um disparo único vai sempre rebentar
Quem nunca sonhou em ganhar dinheiro sem esforço? Mas a realidade rapidamente me deu uma lição dura: se o poder de fazer fortuna no mundo das criptomoedas é surreal, os desastres são ainda mais absurdos.
Naquela onda de mercado do verão de 2019, parecia que a deusa da sorte me tinha enfeitiçado — a minha conta de ETH disparou de 300 mil para 3,89 milhões em 58 dias, a linha do gráfico era tão íngreme que parecia uma plataforma de saltos. Nessa altura andava completamente fora de mim, com os olhos colados à app das cotações até enquanto pegava nos pauzinhos à mesa, e a meio da noite gritava “força, touros!” até em sonhos; até espirrar parecia deitar dinheiro. O meu feed estava todos os dias cheio de screenshots: “Fazer dinheiro? Mais fácil do que respirar.” Agora penso nisso e só me apetece esconder a cara de vergonha. Aquilo não era talento nenhum, era pura sorte mascarada de sucesso.
Menos de três meses depois, o mercado deu-me um estalo para acordar. As principais moedas afundaram em avalanche, o alavancamento que tinha usado explodiu-me na cara, e dos mais de 3,4 milhões de capital inicial só restavam 50 mil — nem chegava para pagar as taxas de liquidação. Fiquei ali a olhar para o aviso de liquidação durante mais de meia hora, com a cabeça a zunir: afinal, a sorte é mesmo a coisa menos fiável que existe.
Nestes anos no mundo cripto, já vi demasiada gente a confundir sorte cega com habilidade verdadeira. Em 2021, um tipo hipotecou a casa para apostar tudo numa altcoin, multiplicou por oito mas não quis sair por ganância, acabou liquidado e perdeu até o teto. Outros juram pela “mão de diamante”, agarrados à moeda como dogma em bull market, mas quando chega o bear market viram-se em zombies a segurar perdas. No fundo, esse “longo prazo” de bull market é só uma desculpa para quem não sabe perder. Quem sobrevive a três ciclos, nunca é por adivinhar o futuro, mas por ter o controlo de risco gravado no ADN.
Depois daquela liquidação, cortei de vez com o vício do jogo e impus a mim mesmo três regras de ferro. E foi mesmo esse conjunto de regras que me permitiu recuperar, pouco a pouco, dos 50 mil que sobraram — mas isso fica para outra altura. O que aprendi com o sangue vale mais do que qualquer call de KOL.