Desta vez, os gigantes das finanças tradicionais estão mesmo a levar isto a sério.

Comecemos pela jogada do JPMorgan: meteram diretamente USDC no seu próprio sistema de pontos de cartões de crédito. O que significa isto? Os 80 milhões de titulares de cartões da empresa podem, no futuro, trocar os pontos acumulados por USDC, seja para investir em cripto ou para despesas do dia a dia. Isto não é um teste tímido; é criar uma via direta entre moeda fiduciária e ativos digitais para o utilizador final.

Do lado da PayPal, foram ainda mais longe. O serviço atualizado "Pay with Crypto" agora permite pagar com qualquer criptomoeda, sendo automaticamente convertida em PYUSD para liquidação. Para o utilizador, é uma operação transparente; para o comerciante, o pagamento chega sem problemas — já há mais de 2 milhões de comerciantes integrados. Ainda se pode chamar isto de experimento marginal de pagamentos?

Os números falam por si: desde o início do ano, o volume de liquidação de stablecoins na blockchain aumentou 48% em relação ao ano anterior, e o valor total de mercado já ultrapassou os 266,9 mil milhões de dólares. Mais importante ainda, os casos de utilização estão a multiplicar-se: de meio de troca para transações, as stablecoins já entraram em áreas centrais das finanças tradicionais, como sistemas de pontos bancários, liquidação de comércio internacional e financiamento de cadeias de abastecimento.

Alguns dirão que isto é apenas especulação de capital. Mas pense bem: quando as principais instituições financeiras trazem consigo todo o enquadramento regulamentar, a base de utilizadores e os cenários de aplicação, o papel das stablecoins já não é apenas "uma ferramenta de circulação dentro do mundo cripto". Está a redefinir a lógica subjacente dos pagamentos e da liquidação.

Por isso fica a questão: considerarias usar stablecoins para pagamentos do dia a dia? Ou achas que esta entrada dos gigantes tradicionais pode realmente tornar as stablecoins mainstream?