A recente queda acentuada da Moore Threads veio deitar um balde de água fria sobre a atual febre das IPOs na bolsa chinesa. Especialmente para quem anda de olho nas tecnológicas, é altura de parar para pensar: que truques se escondem por detrás destes movimentos?
Ultimamente, há uma autêntica vaga de empresas de tecnologia a entrar em bolsa, e a Moore Threads foi só o aperitivo. A seguir vêm estrelas como a Muxi, Unitree, Changxin Storage e Yangtze Memory à espera da sua vez. Mas olha só o que a Moore Threads fez: no primeiro dia disparou logo até ao teto, os investidores de curto prazo nem conseguiram arranjar oportunidade de entrar, e quem é mais cauteloso ficou logo de fora a observar. Resultado? Abriu em alta e fechou em baixa, prendendo muitos pelo caminho.
Isto merece reflexão. Não é que as tecnológicas não tenham valor, mas as avaliações estão a fugir do controlo. Algumas empresas aproveitam a onda de escassez de produtos, mas as ações sobem mais depressa do que os resultados, esgotando já hoje o espaço de crescimento de vários anos. Quando as bolhas crescem demasiado, mais cedo ou mais tarde acabam por rebentar.
Para as novas tecnológicas que se preparam para entrar em bolsa, qual é o maior risco para os investidores? Só duas letras: desajuste. A avaliação não acompanha o valor real do negócio — é aí que mora o maior perigo.
Esqueçam o PER, isso não serve para tecnológicas recém-chegadas. A maioria ainda está a gastar rios de dinheiro em I&D, lucros? Nem vê-los. O indicador que realmente importa é o Price/Sales, ou seja, comparar a avaliação com as receitas para ver se faz sentido.
Por exemplo: imagina uma empresa que fatura 300 milhões por ano, mas tem uma avaliação de mercado superior a concorrentes que fazem mil milhões de vendas anuais. Isto faz sentido? É óbvio que a bolha já está formada e, mais cedo ou mais tarde, vai rebentar. Se não te saiu a sorte grande na IPO, esquece lá isso — ir atrás do preço quando já subiu é só para quem quer ficar com o prejuízo.
Por isso, para investir em tecnológicas que estão a entrar na bolsa, é preciso clareza: tentar a sorte na IPO, tudo bem, mas se não conseguires, para por aí. Não te deixes levar pelo entusiasmo inicial e entrar de cabeça — isso não é investir, é jogar com as emoções. Quando a euforia passar e as avaliações voltarem ao normal, quem perde és tu.
Queres mesmo participar? Tudo bem, mas faz o trabalho de casa. Compara as receitas das empresas que vão entrar no mercado com as das já cotadas. Os números não mentem: só vale a pena entrar se a avaliação for compatível com o desempenho (as vendas). Se não for, por muito apelativo que o tema pareça, é festa só para os outros.
Nesta vaga de IPOs tecnológicas, há oportunidades, mas os riscos são ainda maiores. O exemplo da Moore Threads está à vista. Quando as próximas estrelas forem à bolsa, é muito provável que também venham caras. O que os investidores comuns devem fazer não é correr atrás da moda, mas sim manter-se fiéis aos princípios — se não percebes, não toques; se não consegues avaliar, não mexas. O mercado nunca falta com oportunidades, mas se perderes o capital, não há volta a dar.
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LiquidationWatcher
· 12-11 23:38
ngl esta situação do Moore Threads trouxe-me recordações de 2022... observei a ação do preço e imediatamente pensei "fator de saúde a chegar" 😅 esses holders de sacos vão aprender da maneira difícil sobre desajustes de avaliação, a sério mesmo
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DogeBachelor
· 12-11 19:01
A peça da Moore Thread foi realmente impressionante, abriu em alta e depois caiu, e assim foi apanhado na armadilha, ainda pensando na longo prazo com YMTC?
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MeaninglessGwei
· 12-11 08:32
A lição amarga da história da Threadripper, ainda há quem ouse comprar a preços elevados, é realmente absurdo
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BlockTalk
· 12-09 03:54
O caso da Moore Threads serviu realmente de lição para muita gente. A sobreavaliação é um problema especialmente comum nas ações tecnológicas.
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GasFeeTherapist
· 12-09 03:52
O caso da Moore Threads é realmente um exemplo de manual sobre o que não se deve fazer — brincar com a valorização pode mesmo levar a este desfecho.
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AirdropDreamBreaker
· 12-09 03:50
A Moore Threads mostrou-nos diretamente o que é um “curso rápido para otários do mercado”, já não dá para aguentar.
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AirdropHarvester
· 12-09 03:45
Mais um grande espetáculo de cortar韭菜, desta vez é a Moore Threads a pagar a conta
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governance_lurker
· 12-09 03:44
A Moore Threads desta vez foi realmente um exemplo clássico do que não fazer, começou em alta e depois caiu, deixando muitos presos. Dito de forma simples, a bolha de valorização foi rebentada. No futuro, aquelas ações de destaque que vão ser cotadas provavelmente também não se vão sair bem; a relação preço/vendas é que é o verdadeiro indicador.
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AirdropSkeptic
· 12-09 03:39
A Moore Threads desta vez foi mesmo à séria, está na altura de acordar para a realidade.
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Mais uma vez aquela história de começar em alta e acabar em baixa, como é que ainda há gente a correr para dentro?
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A relação preço/vendas é uma ideia sólida, é preciso fazer bem as contas.
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Uma avaliação de 300 milhões por ano mas mais cara do que alguém com mil milhões? Quem é que desenhou isto?
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Aquela frase "não entendas, não toques" dói mesmo, mas continua a haver quem perca a cabeça.
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Se não consegues entrar na oferta inicial, deves sair logo, quem insiste em correr atrás dos preços altos merece ficar com o prejuízo.
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Aquela onda da Yangtze Memory também convém esperar, não te precipites.
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Se perceberes bem, vês que é uma bolha criada a despejar dinheiro, mais cedo ou mais tarde volta tudo ao normal.
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As tecnológicas até não têm problema, o problema é mesmo nas avaliações, que estão geralmente descontroladas.
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Comparar pelo volume de vendas para apurar o valor real, esta técnica tem de ser usada.
A recente queda acentuada da Moore Threads veio deitar um balde de água fria sobre a atual febre das IPOs na bolsa chinesa. Especialmente para quem anda de olho nas tecnológicas, é altura de parar para pensar: que truques se escondem por detrás destes movimentos?
Ultimamente, há uma autêntica vaga de empresas de tecnologia a entrar em bolsa, e a Moore Threads foi só o aperitivo. A seguir vêm estrelas como a Muxi, Unitree, Changxin Storage e Yangtze Memory à espera da sua vez. Mas olha só o que a Moore Threads fez: no primeiro dia disparou logo até ao teto, os investidores de curto prazo nem conseguiram arranjar oportunidade de entrar, e quem é mais cauteloso ficou logo de fora a observar. Resultado? Abriu em alta e fechou em baixa, prendendo muitos pelo caminho.
Isto merece reflexão. Não é que as tecnológicas não tenham valor, mas as avaliações estão a fugir do controlo. Algumas empresas aproveitam a onda de escassez de produtos, mas as ações sobem mais depressa do que os resultados, esgotando já hoje o espaço de crescimento de vários anos. Quando as bolhas crescem demasiado, mais cedo ou mais tarde acabam por rebentar.
Para as novas tecnológicas que se preparam para entrar em bolsa, qual é o maior risco para os investidores? Só duas letras: desajuste. A avaliação não acompanha o valor real do negócio — é aí que mora o maior perigo.
Esqueçam o PER, isso não serve para tecnológicas recém-chegadas. A maioria ainda está a gastar rios de dinheiro em I&D, lucros? Nem vê-los. O indicador que realmente importa é o Price/Sales, ou seja, comparar a avaliação com as receitas para ver se faz sentido.
Por exemplo: imagina uma empresa que fatura 300 milhões por ano, mas tem uma avaliação de mercado superior a concorrentes que fazem mil milhões de vendas anuais. Isto faz sentido? É óbvio que a bolha já está formada e, mais cedo ou mais tarde, vai rebentar. Se não te saiu a sorte grande na IPO, esquece lá isso — ir atrás do preço quando já subiu é só para quem quer ficar com o prejuízo.
Por isso, para investir em tecnológicas que estão a entrar na bolsa, é preciso clareza: tentar a sorte na IPO, tudo bem, mas se não conseguires, para por aí. Não te deixes levar pelo entusiasmo inicial e entrar de cabeça — isso não é investir, é jogar com as emoções. Quando a euforia passar e as avaliações voltarem ao normal, quem perde és tu.
Queres mesmo participar? Tudo bem, mas faz o trabalho de casa. Compara as receitas das empresas que vão entrar no mercado com as das já cotadas. Os números não mentem: só vale a pena entrar se a avaliação for compatível com o desempenho (as vendas). Se não for, por muito apelativo que o tema pareça, é festa só para os outros.
Nesta vaga de IPOs tecnológicas, há oportunidades, mas os riscos são ainda maiores. O exemplo da Moore Threads está à vista. Quando as próximas estrelas forem à bolsa, é muito provável que também venham caras. O que os investidores comuns devem fazer não é correr atrás da moda, mas sim manter-se fiéis aos princípios — se não percebes, não toques; se não consegues avaliar, não mexas. O mercado nunca falta com oportunidades, mas se perderes o capital, não há volta a dar.