Para ser sincero, quando aquele grande nome que foi CEO de uma das principais exchanges anunciou que se ia retirar para segundo plano, muitos dos meus amigos que trabalham com contratos pensaram que ele ia simplesmente aproveitar a vida. Afinal, tendo tamanha influência no setor, podia ganhar dividendos de tráfego só por estar presente. Mas o que aconteceu? A “reforma” deste senhor acabou por ser uma espécie de “criar uma nova conta e voltar a passar as missões” — com esta série de movimentos recentes, até eu, que já ando neste meio há quase dez anos, tenho de estar sempre atento às novidades.

Não te apresses a perguntar quanto é que ele já ganhou. Primeiro vamos falar de dois movimentos particularmente interessantes, que vão determinar diretamente a sua posição no “pós-era das plataformas”.

O primeiro passo foi a estratégia indireta da BNB Chain no mercado norte-americano. Atualmente, a postura dos reguladores americanos em relação aos criptoativos é mais volátil do que as previsões meteorológicas, e enfrentá-los de frente é praticamente suicídio. Mas este grande nome optou por uma jogada inteligente: em vez de lutar pelas licenças de conformidade, apostou forte no apoio ao ecossistema de developers locais.

Segundo informações internas que recebi, nos últimos três meses, os apoios financeiros da BNB Chain a startups americanas triplicaram, com forte aposta em aplicações reais de DeFi e ferramentas de desenvolvimento Web3. Há uma pequena equipa na Califórnia, especializada em pagamentos transfronteiriços, que conseguiu reduzir os custos de transferência para um vigésimo do valor dos bancos tradicionais recorrendo à infraestrutura base da BNB Chain, tendo recentemente obtido a certificação da associação local de fintech. Ou seja, contornaram as zonas de risco regulatório e abriram as portas do mercado com valor real — esta abordagem é muito mais lúcida do que aquelas equipas que passam o dia a gritar “descentralização” mas não conseguem apresentar produtos concretos.

Ainda mais surpreendente é o segundo movimento: apostar na educação cripto, com enfoque nos jovens. Na semana passada, foi oficialmente anunciado um acordo com organizações sem fins lucrativos no Sudeste Asiático e em África, para lançar um programa educativo que abrange oitenta mil estudantes. Esta jogada não serve apenas para preparar a base de utilizadores do futuro, mas também para disputar a liderança na narrativa do setor. Afinal, quem conseguir influenciar a perceção da próxima geração sobre as criptomoedas, terá o volante do mercado para a próxima década.

Honestamente, esta visão estratégica é realmente implacável. À superfície parece que se retirou para os bastidores, mas na prática, cada passo está a redefinir a sua posição na indústria.