“O Bitcoin está a transformar o excesso de energia e a armazená-lo numa nova forma de moeda, que podes transportar contigo e levar para qualquer lugar.” Foi assim que Jensen Huang, CEO da Nvidia, descreveu recentemente a essência do Bitcoin numa entrevista.
A sua perspetiva oferece uma nova visão sobre o debate em torno do consumo energético do Bitcoin, que já dura há vários anos. Entretanto, na manhã de 8 de dezembro, o Bitcoin voltou a ultrapassar os 91.000 dólares, registando uma subida de 1,86% nas últimas 24 horas.
01 Uma nova perspetiva dos líderes do setor
Enquanto líder da Nvidia, o maior fabricante de chips do mundo, a opinião de Jensen Huang tem um peso especial tanto no setor tecnológico como no das criptomoedas. Numa entrevista recente, afirmou que a essência do Bitcoin é “extrair energia de um local e permitir que seja transportada globalmente”.
Esta afirmação difere da visão tradicional que considera a mineração de Bitcoin apenas como “consumo de energia”, redefinindo-a antes como um processo de transformação de energia e armazenamento de valor. Para Huang, a mineração de Bitcoin é, na verdade, um mecanismo que converte energia excedente ou não utilizada em valor portátil.
Esta perspetiva ecoou amplamente na indústria das criptomoedas, pois redefine de forma fundamental a relação entre o Bitcoin e a energia.
02 Panorama do consumo energético
De acordo com o “Relatório da Indústria de Mineração Digital de Cambridge 2025”, o consumo anual de eletricidade do Bitcoin é atualmente estimado em 138 TWh, produzindo cerca de 39,8 Mt de emissões equivalentes de CO2.
Este número é impressionante e equiparável ao consumo energético de países industrializados de pequena dimensão, como a Bélgica. No entanto, o relatório salienta que, atualmente, 52,4% da energia utilizada na mineração de Bitcoin provém de fontes renováveis e sustentáveis, incluindo energia nuclear.
Em forte contraste com o Bitcoin está o Ethereum, que após a atualização “Merge” em setembro de 2022 e a transição do proof-of-work, reduziu o seu consumo energético em cerca de 99,9%.
03 Dinâmica de mercado e desempenho dos preços
Enquanto Jensen Huang partilhava a sua opinião, o mercado do Bitcoin mostrava sinais positivos. Até à manhã de 8 de dezembro, o preço do Bitcoin recuperou para cima dos 91.114 dólares, registando uma subida de 1,86% face ao dia anterior.
Analistas de mercado referem que esta valorização está relacionada com o aumento das expectativas de cortes nas taxas de juro por parte da Reserva Federal dos EUA. Neste momento, os traders atribuem uma probabilidade de 88,4% a um corte das taxas da Fed em dezembro.
A volatilidade do preço do Bitcoin também impulsionou outros tokens importantes. O Ethereum subiu 2%, a BNB valorizou 1,32%, a SOL subiu 0,81% e a ADA 1,50%. No mesmo período, o Bitcoin subiu rapidamente e ultrapassou os 91.000 dólares, com um ganho de 1,63% nas últimas 24 horas.
04 Evolução tecnológica e eficiência energética
A eficiência energética da mineração de Bitcoin tem vindo a melhorar continuamente. Os ASICs de nova geração apresentam uma melhoria de 30% na relação eficiência energética em relação às versões anteriores. Sistemas avançados de gestão térmica, como a refrigeração por imersão, já reduziram o consumo energético de refrigeração em 15% a 20%.
A inovação na arquitetura dos chips também avança, com os principais fabricantes a implementarem a arquitetura de 5 nanómetros nos novos equipamentos, otimizando ainda mais o consumo energético. Estes avanços tecnológicos estão a transformar o modelo económico energético da mineração de Bitcoin.
Na prática, os custos energéticos representam entre 60% a 80% das despesas operacionais da mineração, criando uma relação direta entre o preço da eletricidade e a viabilidade da atividade.
05 O papel na transição energética global
A perspetiva de Jensen Huang revela o potencial papel do Bitcoin na transição energética global. A mineração de Bitcoin pode funcionar como uma carga energética flexível, absorvendo o excesso de energia renovável, especialmente durante os picos de produção eólica ou solar.
A distribuição geográfica do consumo energético global mostra que a mineração de Bitcoin está cada vez mais concentrada em regiões com preços de eletricidade favoráveis: América do Norte (em especial o Texas e o estado de Washington), Ásia Central, Norte da Europa e América do Sul.
Nestes locais, a mineração de Bitcoin estabelece relações simbióticas com as infraestruturas energéticas locais. Por exemplo, algumas regiões da Noruega e do Canadá dependem exclusivamente da energia hidroelétrica para a mineração, criando modelos de operação sustentável.
Especialistas em energia referem ainda que as operações de mineração podem obter receitas adicionais ao participar em programas de resposta à procura das redes elétricas, representando cerca de 5% a 15% das receitas totais.
Estrutura energética do Bitcoin vs desempenho de mercado
Segue-se uma comparação dos principais dados sobre a estrutura energética do Bitcoin e o desempenho de mercado recente, com base no relatório de Cambridge de 2025 e nos dados do mercado de 8 de dezembro:
Consumo e estrutura energética
Consumo anual de eletricidade: 138 TWh
Percentagem de energia sustentável: 52,4%
Emissões de CO2: 39,8 Mt
Desempenho de mercado recente (até 8 de dezembro)
Preço do Bitcoin: 91.114 dólares
Variação em 24 horas: 1,86%
Variação do Ethereum em 24 horas: 2%
Variação do BNB em 24 horas: 1,32%
Perspetivas para o futuro
Quando o preço do Bitcoin voltou a ultrapassar os 91.000 dólares na manhã de 8 de dezembro, a atenção do mercado global de criptomoedas não se centrou apenas na volatilidade dos preços. Cada vez mais pessoas começam a refletir sobre o cenário descrito por Jensen Huang — se as minas espalhadas pelo mundo estão realmente a executar a alquimia moderna de converter energia excedente em valor circulável.
De acordo com os dados da Universidade de Cambridge, mais de metade da energia da rede Bitcoin já provém de fontes sustentáveis. O Bitcoin, outrora visto como um “consumidor de energia”, pode estar a evoluir para uma unidade flexível de resposta à procura na internet global de energia e, também, uma ferramenta de financiamento para o desenvolvimento de energias renováveis em regiões remotas.
As fronteiras entre energia, computação e finanças estão a tornar-se cada vez mais ténues ao som das máquinas de mineração, e isto pode ser apenas o começo.
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Nova perspetiva do CEO da Nvidia: o Bitcoin é uma alquimia que transforma energia excedente em “moeda” portátil
“O Bitcoin está a transformar o excesso de energia e a armazená-lo numa nova forma de moeda, que podes transportar contigo e levar para qualquer lugar.” Foi assim que Jensen Huang, CEO da Nvidia, descreveu recentemente a essência do Bitcoin numa entrevista.
A sua perspetiva oferece uma nova visão sobre o debate em torno do consumo energético do Bitcoin, que já dura há vários anos. Entretanto, na manhã de 8 de dezembro, o Bitcoin voltou a ultrapassar os 91.000 dólares, registando uma subida de 1,86% nas últimas 24 horas.
01 Uma nova perspetiva dos líderes do setor
Enquanto líder da Nvidia, o maior fabricante de chips do mundo, a opinião de Jensen Huang tem um peso especial tanto no setor tecnológico como no das criptomoedas. Numa entrevista recente, afirmou que a essência do Bitcoin é “extrair energia de um local e permitir que seja transportada globalmente”.
Esta afirmação difere da visão tradicional que considera a mineração de Bitcoin apenas como “consumo de energia”, redefinindo-a antes como um processo de transformação de energia e armazenamento de valor. Para Huang, a mineração de Bitcoin é, na verdade, um mecanismo que converte energia excedente ou não utilizada em valor portátil.
Esta perspetiva ecoou amplamente na indústria das criptomoedas, pois redefine de forma fundamental a relação entre o Bitcoin e a energia.
02 Panorama do consumo energético
De acordo com o “Relatório da Indústria de Mineração Digital de Cambridge 2025”, o consumo anual de eletricidade do Bitcoin é atualmente estimado em 138 TWh, produzindo cerca de 39,8 Mt de emissões equivalentes de CO2.
Este número é impressionante e equiparável ao consumo energético de países industrializados de pequena dimensão, como a Bélgica. No entanto, o relatório salienta que, atualmente, 52,4% da energia utilizada na mineração de Bitcoin provém de fontes renováveis e sustentáveis, incluindo energia nuclear.
Em forte contraste com o Bitcoin está o Ethereum, que após a atualização “Merge” em setembro de 2022 e a transição do proof-of-work, reduziu o seu consumo energético em cerca de 99,9%.
03 Dinâmica de mercado e desempenho dos preços
Enquanto Jensen Huang partilhava a sua opinião, o mercado do Bitcoin mostrava sinais positivos. Até à manhã de 8 de dezembro, o preço do Bitcoin recuperou para cima dos 91.114 dólares, registando uma subida de 1,86% face ao dia anterior.
Analistas de mercado referem que esta valorização está relacionada com o aumento das expectativas de cortes nas taxas de juro por parte da Reserva Federal dos EUA. Neste momento, os traders atribuem uma probabilidade de 88,4% a um corte das taxas da Fed em dezembro.
A volatilidade do preço do Bitcoin também impulsionou outros tokens importantes. O Ethereum subiu 2%, a BNB valorizou 1,32%, a SOL subiu 0,81% e a ADA 1,50%. No mesmo período, o Bitcoin subiu rapidamente e ultrapassou os 91.000 dólares, com um ganho de 1,63% nas últimas 24 horas.
04 Evolução tecnológica e eficiência energética
A eficiência energética da mineração de Bitcoin tem vindo a melhorar continuamente. Os ASICs de nova geração apresentam uma melhoria de 30% na relação eficiência energética em relação às versões anteriores. Sistemas avançados de gestão térmica, como a refrigeração por imersão, já reduziram o consumo energético de refrigeração em 15% a 20%.
A inovação na arquitetura dos chips também avança, com os principais fabricantes a implementarem a arquitetura de 5 nanómetros nos novos equipamentos, otimizando ainda mais o consumo energético. Estes avanços tecnológicos estão a transformar o modelo económico energético da mineração de Bitcoin.
Na prática, os custos energéticos representam entre 60% a 80% das despesas operacionais da mineração, criando uma relação direta entre o preço da eletricidade e a viabilidade da atividade.
05 O papel na transição energética global
A perspetiva de Jensen Huang revela o potencial papel do Bitcoin na transição energética global. A mineração de Bitcoin pode funcionar como uma carga energética flexível, absorvendo o excesso de energia renovável, especialmente durante os picos de produção eólica ou solar.
A distribuição geográfica do consumo energético global mostra que a mineração de Bitcoin está cada vez mais concentrada em regiões com preços de eletricidade favoráveis: América do Norte (em especial o Texas e o estado de Washington), Ásia Central, Norte da Europa e América do Sul.
Nestes locais, a mineração de Bitcoin estabelece relações simbióticas com as infraestruturas energéticas locais. Por exemplo, algumas regiões da Noruega e do Canadá dependem exclusivamente da energia hidroelétrica para a mineração, criando modelos de operação sustentável.
Especialistas em energia referem ainda que as operações de mineração podem obter receitas adicionais ao participar em programas de resposta à procura das redes elétricas, representando cerca de 5% a 15% das receitas totais.
Estrutura energética do Bitcoin vs desempenho de mercado
Segue-se uma comparação dos principais dados sobre a estrutura energética do Bitcoin e o desempenho de mercado recente, com base no relatório de Cambridge de 2025 e nos dados do mercado de 8 de dezembro:
Consumo e estrutura energética
Desempenho de mercado recente (até 8 de dezembro)
Perspetivas para o futuro
Quando o preço do Bitcoin voltou a ultrapassar os 91.000 dólares na manhã de 8 de dezembro, a atenção do mercado global de criptomoedas não se centrou apenas na volatilidade dos preços. Cada vez mais pessoas começam a refletir sobre o cenário descrito por Jensen Huang — se as minas espalhadas pelo mundo estão realmente a executar a alquimia moderna de converter energia excedente em valor circulável.
De acordo com os dados da Universidade de Cambridge, mais de metade da energia da rede Bitcoin já provém de fontes sustentáveis. O Bitcoin, outrora visto como um “consumidor de energia”, pode estar a evoluir para uma unidade flexível de resposta à procura na internet global de energia e, também, uma ferramenta de financiamento para o desenvolvimento de energias renováveis em regiões remotas.
As fronteiras entre energia, computação e finanças estão a tornar-se cada vez mais ténues ao som das máquinas de mineração, e isto pode ser apenas o começo.