Ao fazer trading, às vezes é mesmo preciso parar para pensar: esses teus movimentos que achas tão inteligentes, servem mesmo para alguma coisa?

Em novembro do ano passado, por acaso fui rever o histórico das minhas contas e fiquei chocado — aquela conta onde andava sempre a mexer, afinal só tinha um retorno de 60% em comparação com outra conta mais “zen”. Sem querer acreditar, decidi fazer uma experiência comparativa.

O desenho do teste era simples: dois depósitos de 5000 euros cada, a partir de 1 de dezembro, a construir posições curtas em cem moedas diferentes. A Conta A seguia à risca a minha “estratégia madura” — reforçar posições quando subia, cortar quando descia, sempre a usar stop loss e take profit. E a Conta B? Depois de reduzir posições, ficava quieta, sem mais mexidas.

O resultado foi um balde de água fria.

O retorno final da Conta A foi apenas 69% do da Conta B! E ao analisar os detalhes, ainda mais curioso: na Conta A consegui apanhar mais moedas de alto rendimento, mas com posições menores; nos ativos que deram prejuízo, mesmo tendo menos deles, os montantes apostados eram maiores.

Ou seja, aqueles movimentos todos, supostamente inteligentes, acabaram por não servir para nada. Ganhei menos onde devia ter ganho mais, e perdi mais onde devia ter perdido menos.

Às vezes, o mercado mostra-te da forma mais simples e direta: quanto menos mexeres, maior pode ser a tua sabedoria.