O Bitcoin caiu 36%, mas o pânico pode ser mais perigoso do que a própria queda.

Desde o ponto mais alto de 6 de outubro, o BTC já recuou 36%. Abrindo qualquer plataforma financeira, os títulos pintam um cenário apocalíptico: computação quântica a quebrar a blockchain, governos a confiscar posições de traficantes, uma empresa de tecnologia a vender em massa...

Mas investir é precisamente o que mais se prejudica quando se deixa levar pelas notícias. As notícias amplificam emoções, não são base para decisões. O que realmente importa são os dados.

Quando inserimos as velas diárias dos últimos sete anos (2018 a 2025) num modelo estatístico, descobrimos um facto frequentemente ignorado: a posição atual pode estar mais próxima do fundo do que a maioria pensa.

# Níveis de queda: desta vez é das grandes?

Nos últimos sete anos, o BTC passou por 17 quedas principais. Ordenando por gravidade, podem dividir-se em três categorias:

**Primeira categoria: Extinção (queda superior a 50%)**
Só aconteceu três vezes na história — o colapso da bolha em 2018, a crise de liquidez de 12 de março de 2020, e o ataque regulatório de 19 de maio de 2021. Este nível de queda costuma estar associado a riscos sistémicos globais.

**Segunda categoria: Fosso profundo (queda de 30%-50%)**
Incluindo a atual, ocorreram seis vezes.

Aqui há um erro de perceção importante: muitos pensam que 2022 foi "um grande colapso único", mas na verdade foram três quedas independentes somadas — o colapso da LUNA (-44%), a liquidação da 3AC (-40%), e o colapso da FTX (-27%). Cada uma, isoladamente, já era de nível fosso profundo.

**O que significa o atual -36%?**

Em termos de intensidade, já equivale ao impacto isolado da LUNA ou da 3AC em 2022. O mercado já fez uma limpeza completa das posições, e o preço entrou numa zona de subavaliação severa.

As notícias estão a criar pânico, mas os dados mostram: é altura de ser ganancioso.