Fonte: Exame
Título Original: Stablecoins: tributação de 'dólar digital' entra no radar do governo
Link Original:
A questão fiscal das stablecoins entrou na linha de visão do regulador do governo brasileiro. De acordo com a Reuters, o foco do governo é tributar o uso dessas criptomoedas, geralmente atreladas ao dólar, em pagamentos internacionais.
O governo avaliou que há lacunas fiscais neste tipo de transações, que na verdade envolvem operações de câmbio. Assim, a ideia em discussão é tributar o uso de stablecoins através do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Esta possibilidade está sendo discutida pelo Ministério da Economia.
Atualmente, as transações com stablecoins não necessitam de pagamento de IOF. O governo acredita que corrigir essa lacuna regulatória também pode ajudar a aumentar a receita federal, um tema que recebeu mais atenção este ano, uma vez que o governo está à procura de novas fontes de receita.
Os dados divulgados pela Receita Federal mostram que, no primeiro semestre de 2025, o volume de transações de criptomoedas atingiu 22,7 bilhões de reais. Mais de dois terços estão relacionados a stablecoins. A principal delas é o USDT, emitido pela Tether e atrelado ao dólar.
A discussão sobre a tributação do IOF ganhou mais atenção após o banco central anunciar novas regras para o mercado de criptomoedas em 10 de novembro. Entre essas mudanças, o banco central integrou as transações de stablecoins ao quadro do mercado de câmbio.
Através dessas regras, o banco central busca alcançar a “coordenação dos requisitos entre transações tradicionais e transações de ativos virtuais”. Incluir as transações no mercado de câmbio significa que, a partir de 4 de maio de 2026, será necessário relatar as transações às autoridades, abrindo assim a porta para a tributação futura.
Os especialistas já apontaram que a definição do banco central torna possível a tributação das stablecoins. Eles enfatizam que o direito de tributar não pertence ao banco central, mas sim ao governo federal e à Receita Federal, que devem decidir sobre esta questão.
A tributação sobre as stablecoins terá um impulso maior em 2026
Bernardo Srur, presidente da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto), afirmou: “Acredito que essa discussão não ficará parada por muito tempo. Estamos falando de um imposto específico, o IOF, e ao equipará-lo às transações de câmbio, naturalmente isso suscitará discussões sobre o IOF”.
O presidente da ABCripto enfatizou que “se será uma operação de negociação de câmbio dependerá de vários fatores, conforme mencionado nas suas normas. Atualmente, não está claro como funcionará a autorização das empresas que desejam realizar negociações de câmbio de ativos criptográficos.”
Srur também afirmou que “a questão correspondente é a questão fiscal. Não vejo como este tópico será apaziguado. Haverá mais discussões sobre IOF e câmbio em criptomoedas. Acredito que, naturalmente, algumas ferramentas precisarão ser alteradas, o que não é uma coisa rápida. Em 2026, com certeza teremos essas discussões”.
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0xSoulless
· 1h atrás
Mais uma vez a fazer as pessoas de parvas, desta vez estão de olho nas moedas estáveis, isso é interessante. Para ser sincero, descobriram que estamos a usar USDT para evitar impostos, agora querem fechar essa brecha, que risada.
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Governo do Brasil: Descobrimos o vosso pequeno segredo, é hora de pagar impostos. Nós: ok, de qualquer forma já estamos a ser enganados.
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IOF e moeda estável? Isto é para monitorizar cada transação, o governo realmente sabe como jogar.
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Espera, eles realmente estão a tratar a moeda estável como operações de forex? Esta lógica é absurda, mas se o importante é arrecadar impostos, então não disse nada.
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Muito bem, Brasil, esta jogada é um pouco extrema, outros países também deviam seguir o exemplo, senão todos nós vamos correr para o vosso lado.
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MEVSandwich
· 1h atrás
O Brasil quer tirar mais uma fatia de nós, agora nem as stablecoins escapam.
É absurdo, querem taxar tudo, mais cedo ou mais tarde vão expulsar todos os jogadores de crypto.
A chegada do IOF foi realmente inesperada, o governo só sabe como tirar proveito.
Assim, quais as vantagens das stablecoins? Mais vale usar moeda fiduciária diretamente.
Mais uma "lacuna regulatória", na verdade só não tinham pensado ainda em como lucrar.
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ReverseFOMOguy
· 1h atrás
A cortar os pequenos investidores outra vez, o governo está mesmo cada vez mais criativo nas suas manobras.
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PrivacyMaximalist
· 1h atrás
Haha, lá vêm eles para fazer as pessoas de parvas novamente, a moeda estável também não escapa.
O governo só pensa em como cobrar impostos, quem realmente usa essa coisa para transferências internacionais?
Este imposto de IOF é aceitável? Mais cedo ou mais tarde é sempre o dinheiro dos idiotas.
São falhas e aumentos de impostos, sempre com esse discurso.
O governo brasileiro vai tributar as moedas estáveis, e o IOF se tornará o foco.
Fonte: Exame Título Original: Stablecoins: tributação de 'dólar digital' entra no radar do governo Link Original: A questão fiscal das stablecoins entrou na linha de visão do regulador do governo brasileiro. De acordo com a Reuters, o foco do governo é tributar o uso dessas criptomoedas, geralmente atreladas ao dólar, em pagamentos internacionais.
O governo avaliou que há lacunas fiscais neste tipo de transações, que na verdade envolvem operações de câmbio. Assim, a ideia em discussão é tributar o uso de stablecoins através do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Esta possibilidade está sendo discutida pelo Ministério da Economia.
Atualmente, as transações com stablecoins não necessitam de pagamento de IOF. O governo acredita que corrigir essa lacuna regulatória também pode ajudar a aumentar a receita federal, um tema que recebeu mais atenção este ano, uma vez que o governo está à procura de novas fontes de receita.
Os dados divulgados pela Receita Federal mostram que, no primeiro semestre de 2025, o volume de transações de criptomoedas atingiu 22,7 bilhões de reais. Mais de dois terços estão relacionados a stablecoins. A principal delas é o USDT, emitido pela Tether e atrelado ao dólar.
A discussão sobre a tributação do IOF ganhou mais atenção após o banco central anunciar novas regras para o mercado de criptomoedas em 10 de novembro. Entre essas mudanças, o banco central integrou as transações de stablecoins ao quadro do mercado de câmbio.
Através dessas regras, o banco central busca alcançar a “coordenação dos requisitos entre transações tradicionais e transações de ativos virtuais”. Incluir as transações no mercado de câmbio significa que, a partir de 4 de maio de 2026, será necessário relatar as transações às autoridades, abrindo assim a porta para a tributação futura.
Os especialistas já apontaram que a definição do banco central torna possível a tributação das stablecoins. Eles enfatizam que o direito de tributar não pertence ao banco central, mas sim ao governo federal e à Receita Federal, que devem decidir sobre esta questão.
A tributação sobre as stablecoins terá um impulso maior em 2026
Bernardo Srur, presidente da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto), afirmou: “Acredito que essa discussão não ficará parada por muito tempo. Estamos falando de um imposto específico, o IOF, e ao equipará-lo às transações de câmbio, naturalmente isso suscitará discussões sobre o IOF”.
O presidente da ABCripto enfatizou que “se será uma operação de negociação de câmbio dependerá de vários fatores, conforme mencionado nas suas normas. Atualmente, não está claro como funcionará a autorização das empresas que desejam realizar negociações de câmbio de ativos criptográficos.”
Srur também afirmou que “a questão correspondente é a questão fiscal. Não vejo como este tópico será apaziguado. Haverá mais discussões sobre IOF e câmbio em criptomoedas. Acredito que, naturalmente, algumas ferramentas precisarão ser alteradas, o que não é uma coisa rápida. Em 2026, com certeza teremos essas discussões”.