Muitos dos principais indicadores utilizados para prever o topo do ciclo do Bitcoin não foram acionados durante o último mercado de alta, levando analistas a questionarem se os dados subjacentes perderam relevância. Esta análise revisa as ferramentas mais utilizadas, investiga os motivos do desempenho inferior neste ciclo e detalha como elas podem ser ajustadas para acompanhar a evolução do mercado de Bitcoin.
Ferramentas de Previsão de Preço
No indicador Price Forecast Tools da Bitcoin Magazine Pro, o último mercado de alta não atingiu diversos modelos de topo historicamente confiáveis, como Delta Top, Terminal Price e Top Cap — este último sequer foi tocado no ciclo anterior. O Bitcoin Investor Tool, que utiliza uma média móvel de 2 anos multiplicada por 5, também não foi testado, e o Pi Cycle Top Indicator não conseguiu indicar com precisão o momento ou o preço, apesar do acompanhamento de muitos traders. Isso gerou dúvidas sobre a eficácia atual desses modelos e se o comportamento do Bitcoin evoluiu além de suas limitações.

Figura 1: Modelos de topo historicamente confiáveis, como Top Cap, Delta Top e Terminal Price, não foram atingidos no mercado de alta.
Acesse o gráfico em tempo real
O Bitcoin segue em constante transformação, com mudanças em sua estrutura de mercado, liquidez e perfil dos participantes. Em vez de considerar os dados obsoletos, é mais adequado adaptar as métricas para novas perspectivas e horizontes temporais. O objetivo é fortalecer essas ferramentas, tornando-as mais eficientes e sensíveis a um mercado que já não apresenta o mesmo potencial exponencial e topos abruptos dos ciclos anteriores.
A melhor oferta do ano chegou. Aproveite 40% off em todos os nossos planos anuais.
Desbloqueie mais de 100 gráficos de Bitcoin.
Tudo por apenas US$17/mês na promoção de Black Friday. É a maior oferta do ano!
A métrica MVRV Z-Score 2-Year Rolling é referência para identificar condições extremas de mercado, mas neste ciclo não sinalizou o topo do mercado de alta de forma eficaz. Houve um grande pico quando o Bitcoin superou a faixa de US$73.000 a US$74.000, mas não houve sinal claro de saída nas etapas finais. Atualmente, esse indicador mostra os níveis mais sobrevendidos já registrados.

Figura 2: O MVRV Z-Score 2YR Rolling, normalmente confiável, não gerou sinais de saída nas fases finais do ciclo.
Acesse o gráfico em tempo real
Para superar essa limitação, o MVRV Z-Score pode ser ajustado para uma janela móvel de 6 meses, tornando-o mais sensível às condições recentes, mas ainda fundamentado na dinâmica de valor realizado. Além de reduzir o período de análise, é recomendável trocar limites fixos por faixas dinâmicas baseadas em distribuição estatística. Ao mapear a porcentagem de dias acima ou abaixo de determinados níveis de Z-Score, é possível identificar zonas como os 5% superiores e inferiores. Neste ciclo, o Bitcoin apresentou sinais nas faixas superiores ao romper US$100.000, e historicamente, movimentos para o top 5% coincidiram com picos de ciclo, mesmo sem capturar o topo exato.

Figura 3: O MVRV Z-Score recalibrado para 6 meses, com percentis superiores e inferiores, oferece sinais de compra/venda mais ágeis.
Além dos indicadores de avaliação, métricas baseadas em atividade, como o Coin Days Destroyed, podem ser otimizadas reduzindo o período de análise. A média móvel de 90 dias do Coin Days Destroyed acompanhou ondas de distribuição de holders de longo prazo, mas o ciclo atual, mais moderado e irregular, faz com que a média de 30 dias seja mais relevante. Com o Bitcoin deixando de apresentar movimentos parabólicos, as métricas precisam responder mais rapidamente para refletir as novas ondas de realização de lucros e rotação de investidores.

Figura 4: O indicador Coin Days Destroyed com média móvel de 30 dias reage mais rápido à dinâmica on-chain.
Acesse o gráfico em tempo real
Ao desconsiderar as leituras mais recentes e focar na valorização até o topo histórico deste ciclo, o indicador Coin Days Destroyed de 30 dias sinalizou quase exatamente no pico do ciclo. Também foi acionado antes, quando o Bitcoin superou a faixa de US$73.000 a US$74.000, e novamente ao ultrapassar US$100.000, marcando todas as principais ondas de distribuição. Embora isso seja fácil de observar em retrospectiva, reforça que os sinais de oferta e demanda on-chain seguem relevantes. O desafio é calibrá-los para o regime de volatilidade e profundidade atual do mercado.
O Spent Output Profit Ratio (SOPR) traz uma visão sobre a realização de lucros, mas sua série bruta é bastante volátil, com picos intensos, reversões frequentes e grandes oscilações tanto em ralis quanto em capitulações de mercado. Para obter informações mais úteis, recomenda-se usar a variação mensal (28 dias) do SOPR. Essa abordagem suaviza o indicador, destacando períodos de aceleração extrema na realização de lucros, eliminando o ruído da volatilidade intra-ciclo.

Figura 5: O SOPR com média móvel de 28 dias apresenta dados mais limpos, reduz ruídos e identifica topos locais com precisão.
No ciclo mais recente, a variação mensal do SOPR gerou picos distintos quando o Bitcoin superou a faixa de US$73.000 a US$74.000, novamente acima de US$100.000 e uma vez mais na faixa de US$120.000. Embora nenhum desses tenha capturado o topo final, todos sinalizaram fases de intensa pressão de realização de lucros, compatíveis com exaustão de ciclo. Utilizar o indicador suavizado torna o sinal mais claro, especialmente quando aliado à análise comparativa do poder de compra do Bitcoin frente a ações e Ouro.
Em retrospectiva, diversos indicadores populares de topo funcionaram durante este mercado de alta, desde que analisados sob o prisma correto e em intervalos apropriados. O princípio essencial permanece: reagir aos dados, não tentar prever. Em vez de depender de uma única métrica para identificar o topo, o uso combinado de indicadores adaptados, interpretados pela ótica do poder de compra e das dinâmicas do mercado, aumenta as chances de identificar quando o Bitcoin está superaquecido ou entrando em fase de acumulação. Nos próximos meses, o foco será aprimorar esses modelos para garantir precisão e robustez não apenas historicamente, mas também para o futuro.
Para uma análise detalhada sobre o tema, assista ao nosso vídeo recente no YouTube: Por que os indicadores de topo do Bitcoin não funcionaram?





