
O avanço da adoção de Bitcoin e criptomoedas na América Latina tem sido notável, impulsionado por fatores socioeconômicos como inflação elevada, desvalorização das moedas locais e a busca por inclusão financeira. A região se tornou um polo fértil para a tecnologia blockchain e para ativos digitais, atualmente contando com mais de 170 empresas de criptoativos atuando na América Latina e no Caribe—quase o dobro do número observado em anos anteriores. Esta análise apresenta os cinco países líderes na adoção de Bitcoin e criptomoedas na América Central e América do Sul, detalhando os fatores, oportunidades e desafios de cada nação em sua trajetória com ativos digitais.
O Brasil é o principal protagonista cripto da América Latina, figurando entre os maiores líderes globais em adoção de Bitcoin e criptomoedas. Sendo a maior economia e o maior mercado consumidor da América do Sul, o país mantém ritmo destacado de crescimento no setor de blockchain e ativos digitais. O vigor da adoção é comprovado por volumes expressivos de transações de pessoas físicas e institucionais, consolidando o Brasil como o maior mercado de Bitcoin da região, com crescimento consistente em diversos períodos.
O governo brasileiro avançou na criação de um arcabouço regulatório específico para o setor cripto. A legislação federal exige que todos os Provedores de Serviços de Ativos Virtuais (VASPs) obtenham autorização junto às autoridades nacionais. Além disso, os projetos de real digital encabeçados pelo Banco Central, com participação de empresas como Microsoft e Visa, reforçam a disposição do país em explorar moedas digitais de bancos centrais (CBDCs).
Fatores socioeconômicos são determinantes para a adoção de cripto no Brasil. Com milhões ainda desbancarizados e uma desigualdade de renda marcante—em que 1% da população concentra parcela significativa da renda nacional—, as criptomoedas representam alternativa concreta à inclusão financeira. Pesquisas indicam que a maioria dos brasileiros compreende o conceito de criptoativos, com cerca de um em cada cinco já possuindo ativos digitais. Entre quem conhece a tecnologia, muitos manifestam intenção de investir em cripto, sinalizando forte demanda pelo mercado de Bitcoin da América Central.
A Argentina também lidera a adoção de criptoativos, principalmente devido à sua realidade econômica adversa. O país enfrenta inflação anual acima de 200% e forte desvalorização do peso, reflexo de medidas emergenciais. Esse cenário transformou as criptomoedas, sobretudo o Bitcoin, em instrumento atrativo para proteção de patrimônio dos argentinos.
O ambiente regulatório argentino mudou radicalmente, acompanhando a agenda política do país. O Banco Central (BCRA) inicialmente restringiu bancos de ofertarem cripto, mas a liderança seguinte reverteu a decisão e autorizou Bitcoin em contratos oficiais. Essa guinada impulsionou ainda mais a adoção de ativos digitais.
A Argentina lidera em volume de transações cripto na região, movimentando bilhões de dólares. Mais de um terço dessas operações são de stablecoins em valores de varejo, evidenciando a busca por ativos digitais resilientes. Pesquisas mostram que a maioria dos argentinos confia no potencial do Bitcoin e demais criptomoedas, demonstrando otimismo quanto ao crescimento do Bitcoin na América Central, mesmo diante da volatilidade.
A história da Colômbia na adoção de cripto reflete tendências da região, com particularidades próprias. O crescimento é impulsionado pelo gigantesco mercado de remessas, volatilidade cambial e políticas públicas favoráveis. Cerca de 75% das operações cripto no país ocorrem em plataformas centralizadas, evidenciando confiança na infraestrutura e preferência por stablecoins e ativos de grande capitalização, como Bitcoin.
Remessas são o grande motor da adoção de cripto na Colômbia, com volumes mensais relevantes. Stablecoins lastreadas em peso colombiano nas redes blockchain oferecem alternativas para transferências, pagamentos e reservas financeiras, mitigando a volatilidade da moeda local e fortalecendo os padrões de adoção do Bitcoin na América Central.
O presidente Gustavo Petro impulsiona a infraestrutura Web3 no país, promovendo encontros com especialistas em blockchain para modernizar o faturamento de saúde e considerar a tecnologia para registro de propriedades. Pesquisas mostram que a maioria dos colombianos está aberta a negociar cripto, com muitos já tendo operado ou manifestando interesse em Bitcoin e Ether. Plataformas locais apontam resiliência dos operadores colombianos, que permanecem ativos mesmo em períodos de queda de mercado.
O México, ao lado de Argentina e Brasil, é protagonista regional na adoção do Bitcoin na América Central. Milhões de mexicanos investem ou negociam criptoativos, apoiados por regulação favorável e parcerias estratégicas em Web3. A adoção mexicana é fortemente pautada pelo papel do país como segundo maior destino mundial de remessas.
Segundo o Banco Mundial, o México recebe cerca de US$60 bilhões anuais em remessas, com grande fluxo entre México e Estados Unidos. Plataformas de cripto aproveitam esta demanda e oferecem serviços de transferências internacionais. Para muitos mexicanos, as remessas representam a porta de entrada para o universo cripto, especialmente para o Bitcoin.
Parcerias de destaque aceleram a integração do blockchain no cotidiano do país. Provedores da rede Bitcoin Lightning fecharam acordos com conglomerados mexicanos para permitir pagamentos de contas de utilidades, comprovando o uso prático de criptomoedas. A regulação mexicana amadureceu, com regras claras para empresas de ativos virtuais e sandboxes regulatórios para testar novas tecnologias financeiras.
O setor digital do México apresenta oportunidades significativas para cripto. O e-commerce cresce a taxas entre as maiores do mundo, impulsionando pagamentos digitais e criando ambiente favorável à integração de criptomoedas, fortalecendo a infraestrutura do Bitcoin na América Central. Contudo, o mercado exige rígido cumprimento regulatório para operações bem-sucedidas.
A Venezuela é referência em adoção de criptoativos na América Latina, utilizando criptomoedas para mitigar instabilidades econômicas e políticas. O país enfrenta hiperinflação, desvalorização cambial e sanções internacionais, fatores que impulsionam a busca por alternativas como o Bitcoin, embora a sustentabilidade do movimento seja debatida.
O crescimento cripto venezuelano decorre de fatores regionais agravados pelo cenário político. Sanções internacionais estimularam a adoção de cripto, com o governo buscando mecanismos alternativos. Tentativas de moedas digitais estatais foram descontinuadas, mas ajudaram a população a se familiarizar com ativos digitais, negociação e utilidade das criptomoedas, favorecendo a expansão do Bitcoin na América Central.
Os resultados são notáveis: bilhões de dólares em cripto circulam na Venezuela a cada ano, com aumentos consecutivos. Hotéis e restaurantes de destaque em Caracas já aceitam Bitcoin e altcoins. A maioria das operações cripto ocorre em plataformas centralizadas, confirmando a presença de infraestrutura e a disposição da população para utilizar ativos digitais.
Os desafios regulatórios, porém, continuam. Apesar de a Venezuela ter sido pioneira em órgãos de supervisão cripto na América Latina, mudanças e escândalos internos trouxeram incertezas. A credibilidade e o potencial de crescimento do setor seguem em evolução, enquanto autoridades trabalham por marcos estáveis para o mercado de Bitcoin na América Central.
A trajetória da adoção de criptomoedas na América Latina é marcada por necessidades econômicas, inovação tecnológica e evolução regulatória. Brasil, Argentina, Colômbia, México e Venezuela trilham caminhos distintos na integração dos ativos digitais, movidos por fatores como proteção contra inflação, eficiência nas remessas, inclusão financeira e mitigação da instabilidade cambial—consolidando o Bitcoin na América Central como um polo global emergente.
Na região, as criptomoedas já vão além da especulação, funcionando como instrumentos de preservação financeira e alternativas aos sistemas bancários tradicionais. O alto nível de conhecimento sobre cripto reflete a necessidade prática, com a população recorrendo a ativos digitais para proteger patrimônio e manter renda. Os governos exploram tecnologias Web3 de diversas formas—da pesquisa em CBDCs à modernização de serviços públicos com blockchain—, reconhecendo o potencial transformador do setor para os mercados de Bitcoin da América Central.
Apesar de obstáculos como incerteza regulatória, volatilidade e lacunas em infraestrutura, o setor cripto latino-americano se mostra resiliente e com grande potencial de expansão. Cada país apresenta ritmo e perfil próprios, mas todos comprovam que a adoção de cripto no continente supera a simples experimentação tecnológica: representa uma reinvenção do acesso e participação financeira de milhões de pessoas. Com a evolução das regras e a expansão da infraestrutura, a América Latina segue na vanguarda global da adoção cripto, com o Bitcoin na América Central impulsionando inovação e inclusão financeira para os próximos anos.
El Salvador. O país foi pioneiro ao adotar o Bitcoin como moeda de curso legal em setembro de 2021 e, até 2025, permanece o único da região com essa medida.
El Salvador é o único país latino-americano que tem o Bitcoin como moeda oficial, ao lado do dólar dos EUA, desde 2021.
As reservas de Bitcoin de El Salvador cresceram consideravelmente, valendo atualmente US$740 milhões, alta de 162% desde 2022. Apesar do avanço, o país ainda não é considerado "rico", mas o investimento apresenta resultados promissores.
Os resultados da adoção do Bitcoin em El Salvador são mistos. O país atraiu investimentos e visibilidade, mas a adoção em massa ainda é restrita. O sucesso não está definido, mas benefícios potenciais começam a se destacar.











